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Novos medicamentos para obesidade: Wegovy vs Monjauro

Benefício ou risco a saúde?

Andrea Pereira


Nos últimos anos, a obesidade se firmou como uma pandemia mundial. No Brasil, passamos de 12% de pessoas com obesidade em 2003, para 27% nos dias atuais e uma perspectiva de 40% em 2035. Somos o segundo do mundo em número de cirurgias bariátricas, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Embora, exista tratamento clínico para obesidade há alguns anos, nada se compara ao aparecimento das substâncias análogas de GLP1, substâncias que regulam o metabolismo da glicose e levam a perda significativa de peso e gordura visceral. Esses medicamentos revolucionaram o tratamento da obesidade.




O Wegovy, da empresa Novo Nordisk, aprovado pela ANVISA para obesidade e o Monjauro, da Lilly, aprovado para diabetes, têm o lançamento esperado para o segundo semestre de 2024. Ambos são injetáveis e usados uma vez por semana.

O Wegovy, composto por semaglutida, um desses análogos, cujos estudos demonstram excelentes resultados para a perda de peso. O Monjauro, composto pela tirzepatida, é uma mistura de análogo do GLP1 com o GIP, embora tenha sido aprovado para diabetes no Brasil, apresenta vários estudos para tratar obesidade com segurança.

Com certeza essas medicações serão importantes estratégias clínicas, no nosso país, no segundo semestre para o controle dessa doença tão complexa que é a obesidade. A obesidade é uma doença crônica, portanto, não tem cura, mas controle, portanto demanda um tratamento a longo prazo.

Para aqueles que têm medo de uso prolongado dessas substâncias, no mês de abril de 2024, uma pesquisa do órgão regulador da União Européia demonstrou que não existe relação de suicídio com o uso do semaglutida. Além disso, uma revisão de 2023, com cerca de 47.000 pacientes, demonstrou que não existe nenhuma associação dessa substância com nenhum tipo de câncer.

Além disso, estudos têm demonstrado redução de mortes e de risco cardiovascular associado ao uso de análogos do GLP1. Novos estudos, ainda sem consenso científico, relacionam o seu uso a redução de demências também.

Do mesmo modo como a hipertensão e o diabetes, seguimos com um futuro promissor para o controle da obesidade com essas novas medicações promissoras. O único problema mundial é o custo, tornando esses medicamentos restritos para uma pequena parcela da população. Resta-nos torcer que elas fiquem cada vez mais acessíveis para todas as pessoas com obesidade, permitindo melhora da qualidade de vida e menos complicações.

Segundo a ciência, com avaliação e seguimento médico, indicações precisas e individualizadas, essas medicações são seguras a curto e longo prazo.

Viva a ciência e a pesquisa!




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