As Comissões de Bioética Hospitalar participantes de grupo de trabalho do Centro de Bioética do Cremesp promoveram, no dia 28 de maio, na subsede da Vila Mariana, seu segundo encontro ampliado, contando com presença significativa de representantes de instituições publicas e privadas, que ouviram palestras sobre o tema “Alimentação de pacientes em Fim de Vida”.
A reunião teve início com as palavras de Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro e coordenador do Centro de Bioética do Cremesp, que destacou: a criação de um espaço multidisciplinar e multiprofissional voltado à Bioética vem interessando muitos profissionais da saúde e instituições que têm como foco a promoção de atendimentos éticos. Os hospitais, enfim, estão entendendo quais são os propósitos dessas instâncias. “As relações do Conselho com as CoBis têm se estreitado”, admitiu.
Seguindo a mesma lógica do primeiro encontro (que aconteceu em março, e focalizou A Bioética à Beira do Leito) a reunião das CoBis foi iniciada por palestras, desta vez, proferidas pelas médicas nutrólogas Adriana Bottoni, falando dos aspectos bioéticos da alimentação de pacientes em fim de vida; e Andrea Pereira, abordando o ponto de vista científico do tema. A mediação foi promovida por Gabriel Oselka, que coordenou o Centro de Bioética do Cremesp de 2002 a 2012. Alimentação e Fim de Vida
Em sua fala, Adriana Bottoni estabeleceu a correlação entre a nutrição em fim de vida e os quatro princípios da Bioética, ou seja, Beneficência, Não-Maleficência, Justiça e Autonomia – considerando o último como o mais importante no contexto. Em certo ponto, propôs: “é preciso refletir a respeito da diferença entre uma pessoa que morre porque decide parar de comer e beber, daquela que para de alimentar-se e hidratar-se devido ao processo natural de morte”.
Por sua vez, Andréa Pereira, além de informar em que situações alimentação enteral e parenteral são solicitadas e destacar a grande importância do assunto no campo dos Cuidados Paliativos, trouxe definição da Escola de Direito de Nova Iorque, que reconhece a alimentação forçada como forma de tortura.
Além das duas, compôs a mesa principal Janice Caron Nazareth, da Comissão de Bioética do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que encabeça este grupo de trabalho ao lado de Antônio Cantero Gimenes, da Comissão de Bioética do HCor.
Estiveram presentes, entre outros, representantes dos Hospitais: Santos Dumont; Igesp; Regional de Cotia; Israelita Albert Einstein; Municipal de São Mateus; Campo Limpo, Municipal do Tatuapé; Beneficência Portuguesa de São Paulo; Infantil Darcy Vargas; Athur Ribeiro de Saboya; Municipal de São Caetano do Sul e Unimed-São Roque.
Ao final, o encontro foi aberto à plateia para discussões e esclarecimentos sobre problemas levantados pelas CoBis já estabelecidas e/ou aquelas que pretendem se estabelecer.
Pequeno Histórico
Desde maio do ano passado, grupo de trabalho (GT) que compõe a nova estrutura do Centro de Bioética se dedica ao apoio às Comissões de Bioética Hospitalar, com o objetivo de divulgar e estimular reflexões dentro das instituições. Várias ações foram feitas até agora – até uma sugestão de regimento interno para as novas Comissões. Isso culminou no primeiro encontro entre o GT e aqueles que gostariam de constituir grupos semelhantes, realizado em março, também no auditório da Vila Mariana do Conselho.
(Informações do Centro de Bioética do Cremesp / Concília Ortona)
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