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Foto do escritorDra.Andrea Pereira

Adoçantes podem causar câncer?

Os adoçantes artificiais, que são substâncias com alta capacidade de adoçar, substituindo o açucar, estão presentes em muitas marcas de alimentos e bebidas em todo o mundo, sendo consumidos diariamente por milhões de pessoas. A quantidade diária de aspartame recomendada pelo comitê científico de alimentação e saúde das Nações Unidas é de 40 mg para cada quilo do peso corporal. Isso significa que a ingestão diária aceitável para um adulto de 60 kg é de 2400 mg do adoçante – valor equivalente, em média, a três sachês ou 10 a 12 gotas.

Os adoçantes de alta intensidade aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) são seis adoçantes artificiais (sacarina, aspartame, acessulfame de potássio, sucralose, neotame e aspartame) e dois adoçantes naturais (estévia (glicosídeos de esteviol) e fruta do monge).

Dois novos estudos, publicados em 2022, um de seguimento e outro de revisão, falam do papel dos adoçantes, como causa de câncer e de morte de um modo geral. Será que isso é verdade?



Há adoçantes em vários produtos industrializados, com vários nomes e correspondendo a várias substâncias com maior capacidade de adoçar do que o açúcar, por exemplo o aspartame e o acessulfame de potássio, com capacidade 200 vezes maior de adoçar, e a sucralose com 600 de capacidade.

Existem vários estudos inconclusivos sobre o risco de usarmos essas substâncias e termos doenças crônicas, como obesidade, câncer e síndrome metabólica. Em 2022, 2 estudos chamaram atenção sobre esse tópico. O primeiro, um estudo europeu seguiu cerca de 103 mil pessoas por 9 anos e demonstrou que consumo de adoçantes a base de aspartame e acessulfame de potássio aumentavam o risco de câncer, principalmente o de mama e os relacionados a obesidade. Esses adoçantes foram consumidos, principalmente em refrigerantes sem adição de açúcares, adoçantes de mesa e iogurtes.

As quantidades responsáveis por esse risco foram valores maiores que 17 mg/dia em homens e 19 mg/dia em mulheres para adoçantes artificiais de um modo geral; 14 mg/dia em homens e 15 mg/dia em mulheres para aspartame; e 5 mg/dia em homens e 5,5 mg/dia em mulheres para acessulfame-K. Valores bem abaixo dos recomendados pelos padrões internacionais.

No outro estudo, a revisão de 25 trabalhos já publicados não demonstrou associação entre o consumo de adoçantes e câncer, porém com mortalidade de um modo geral. Parece haver uma contradição entre estudos europeus e americanos, talvez pelas diferenças nutricionais entre esses países. Não devemos esquecer que o consumo de grandes quantidades de açúcar, principalmente quando relacionadas a obesidade, aumenta o risco de câncer.

Tudo isso, nós levar a refletir sobre usar os adoçantes e produtos industrializados, principalmente os ultraprocessados, com moderação, evitando grandes quantidades. O câncer é uma doença com várias causas, multifatorial, portanto eles podem ser um adicional, mas não o único fator causal. Hábitos saudáveis de vida, como atividade física regular e alimentação equilibrada, continuam sendo um consenso na prevenção ao câncer.



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